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quarta-feira, fevereiro 28, 2007


Há gatos com sorte



Bichana gata, bichana gata,
com quem dormes tu?
Durmo com um gatinho,
que me arranha o trululu…

(7) balázios

segunda-feira, fevereiro 26, 2007


UXORICIDAS


Disse eu que o sentimento de honra leva a desculpar o marido que surpreende a mulher em adultério. Mas não desejo que se dê ás minhas palavras um significado diverso do que era minha intenção dar-lhes; empreguei o termo desculpar no sentido jurídico, querendo indicar que a circunstancia do flagrante delito deve constituir uma atenuante da pena.
(…)o novo código italiano prevê especialmente o caso de uxoricídio em flagrante adultério e reduz a pena a menos de um sexto, substituída a reclusão pela detenção (…)
Crê-se geralmente, entre nós, que o marido traído tem o direito de matar a adultera, e que a lei não o pune; esta opinião deriva das constantes absolvições em casos desta ordem. Debalde a lei estabelece a pena; nem magistrados, nem jurados a respeitam. (…) Assim, para o crime de adultério conservou-se a pena de morte, (…) E ao marido deu-se a faculdade de ser juiz e carrasco ao mesmo tempo.


in GAROFALO, R. (1925) Criminologia. Estudo sobre o delicto e a repressão penal
4.ª Ed. – Lisboa: Livraria Clássica Editora. Pág. 559.




Uxoricida: do Lat. uxore, esposa + cid, r. de caedere, matar
s. m., aquele que matou a própria esposa.

(7) balázios

terça-feira, fevereiro 13, 2007

maravilhas do universo


(6) balázios

domingo, fevereiro 11, 2007

NATUREZA MORTA
título: maçã com dente de tubarão


(0) balázios
Mezinhas para aumentar/diminuir as mamas (riscar o que não interessar)

Não contentes com as simulações nas partes genitais, os acautelados fazedores de virgindades em fanadas donzelas pretendiam ainda dar-lhes aos seios caídos, moles e engrandecidos, o vigor perdido e acudir aqueles que iam já no pendor da frescura. E assim Ande Laguna recorre à erva stellaria pois que «aplicada à las tetas las constriñe y reforma de tal manera que aunque sean barjuletazas (1) las buelve como mançanicas de San Juan». Erva bendita era tal, pois, não repugna ao Amato Lusitano aconselhá-la para «arredondar e endurecer as mamas caídas». Para que as tetas pequenas se conservassem sempre assim e para que as alentadas diminuíssem a olhos vistos, no século XVII usavam com geral agrado a fressura (2) de lebre a que misturavam igual quantidade de mel comum. O emplastro obtido á custa deste produto, aplicados nas mamas e regiões circunvizinhas desde que fosse repetidas vezes mudado para não secar, era remédio tido por infalível. (…) Venete acha bom o emprego de formas de chumbo besuntadas com óleo de meimendro para as mamas caídas e sorvadas. AGUIAR. 1924:149

(1) barjuletazas (barjuleta): bolsa grande.
(2) fressura: conjunto de vísceras que compreende o coração, o fígado e os pulmões.

(sorry mano, gamei-te o post)

(2) balázios

terça-feira, fevereiro 06, 2007

PROGRESSO E PLANOS TECNOLÓGICOS

«(...) Hoje eu sei o que é um kamikaze. Os caras me transformaram num kamikaze, um kamikaze ignorante que não sabia que o avião iria explodir. Hoje eu sei quem são os filhos da puta, os inventores de pilotos-suicidas, só de olhar para o sapato desses caras eu sei quem é filho da puta. Os filhos da puta gostam de mocassins, gostam de penduricalhos, gostam de correntinhas douradas no peito do pé, os sapatos deles têm cor de vinho, se você vir um cara com o sapato dessa cor, saia correndo porque na primeira oportunidade ele vai te foder. (...)
Eles me deram uísque, me deram abacaxi tropical, eles fizeram com que eu me sentisse um cachorro molhado, me fizeram sentir vergonha de ter os sapatos fodidos, então eu pensei, porra, esses caras são legais, eu sou um fodido e eles são legais, abaixe a cabeça porque eles são legais, eles têm a casa que eu não tenho, a família que eu não tenho, o carro que eu não tenho, esses caras são legais. Eles me humilharam e eu disse, vocês são legais. Eles me fizeram ter vergonha de ser o que era, de ter vindo de onde vim, de ter o que eu tinha, e eu disse, vocês são legais. Eles me desprezaram. Eles me rebaixaram, e eu achei aquilo certo, achei aquilo correcto. Foi isso.
I love my dog, (...) ontem eu vi uma mulher com este plástico grudado no carro, I love my dog. Sabe o que eu fiz? Peguei uma merda de cachorro que estava na calçada e coloquei no vidro do carro dessa mulher. (...) Essa gente. Eu tenho nojo dessa gente. Eles amam seus poodles, seus dálmatas, seus pastores de quinhentos dólares, eles treinam seus cachorros a cagar nas calçadas para a gente pisar na merda e lembrar de seus cachorros fedidos, temer seus cachorros ferozes, eles ensinam tudo. Os cachorros aprendem rápido. Se bobear, você vai aprender. Você vai aprender a latir. A atacar. A morder. A farejar cocaína. A receber restos de comida. É isso, você aprende, ódio é uma coisa fácil de aprender. É mais fácil você aprender a odiar do que a cozinhar ou usar computador.
Eles dizem, aquilo é uma merda, você acredita, aquilo é uma merda. Aquilo fede. Fede mesmo, eu sinto o fedor. Aquilo é podre. Podre, é podre, a gente aprende. O homem aprende tudo. Por isso o homem progride. A ciência progride. Os Estados Unidos progridem. A industria. A tecnologia. Mas o coração do homem, eu ouvi um homem falando isso na televisão, um homem muito importante, o coração do homem não progride. Então os progressos não servem para porra nenhuma, vacinas para salvar bestas, a verdade é essa. Mas isso não vem ao caso. Interessa é que você tem que tomar cuidado com esses caras porque senão, senão você vai aprender o que eles querem ensinar. Você vai se foder.»
(Patrícia Melo, 1995. O Matador)

(3) balázios