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domingo, janeiro 20, 2008

O Penedo do João Brandão (Travancinha/Seia)



Lá vai o João Brandão
Com as calças na mão (digo eu).
Atão Atão Atão
Tré tré olaré tré tré
Era a moda do meu pai
Oh pastor, lavrador, enganador
rinhinhó, rinhinhó, ó-ó-ó, ó-ó-ó




João Brandão, o terror das Beiras

De nome completo João Vítor da Silva Brandão, nasceu em Midões, Tábua, nodia 1 de Março 1825 e ficaria na memória da população, sobretudo da BeiraAlta, durante o século XIX, devido à sua vida de assassino e salteador.
Era oriundo de uma família com carácter violento e feroz. O bando, que oacompanhava nas atrocidades, era composto pelos familiares mais próximos queo tinham como chefe. Desde criança que revela estas características. Aos doze anos comete o seu primeiro homicídio, na pessoa de um pastor de Gouveia, que mataria como mero exercício de pontaria. É assim que, ao merecer o elogio de pai e irmãos, inicia a vida pela qual ficaria conhecido.
Durante décadas praticou, mais ou menos impunemente, assassinatos, roubos e extorsões, gozando de uma protecção escandalosa e nunca bem explicada por parte das autoridades, governos e famílias importantes das terras por onde andou.
Foi “voluntário da Rainha” que partiu de Midões para combater na Guerra Civil e depois se manteve encostado ora ao Partido Progressista, ora ao Partido Regenerador, ora ao Partido Histórico. Neste contexto desempenhou um papel primordial nas guerrilhas formadas nas Beiras, chegando a ser nomeado capitão de milícias do Batalhão Nacional de Midões e do Carregal, mais tarde Batalhão de São João de Areias.
Por sentença do tribunal foi condenado ao degredo em Angola. Aqui continuou a viver num estranho clima de protecção, sem nunca usar a grilheta a que tinha sido sentenciado. Chegou a conseguirtransferência para Moçâmedes onde estabeleceu residência e uma fazenda agrícola, importante produtora de aguardente. Sabendo que o governador de Moçâmedes queria que cumprisse integralmente a sentença, com agrilhoamento e trabalho nas obras públicas, fugiu para o Bié, onde morreria, supostamente envenenado, em 20 de Setembro de 1880. Quando João Brandão foi deportado para o exílio, em toda a Beira se organizaram festas populares e o povo cantou na rua. Ainda hoje faz parte da cultura popular portuguesa, sendo muito conhecida outra cantiga: Lá vai o JoãoBrandão.


In João Brandão / J.M. Dias Ferrão. Porto: Litografia Nacional, 1928

Comments:
Isto explica muita coisa: está tal e qual a situação actual!

Agora, a sério: não conhecia a história. Sempre pensei que não passasse de uma cantilena popular!!! Fantástico!;)
 
Conheço o dono da herdade da Travancinha: Miguel Lopes da Silva. Fui Secretária dele na Portucel.
O rabo é teu ou é dele ?
 
É do João Brandão!
 
É que podias ter confundido :-)))))
 
Teem lá uma surpressssssssssa no meu tasco, graças ao rabo do João Brandão !
 
Tens que ir ver os posts de terça, dia 12 ...
 
É de uma injustiça enorme este post sobre João Bradão.
É relatado tal e qual o que no tempo do salazarismo se falava de malfeitores contra a igreja e contra as arbitrariedades dos ricalhaços beirões.
João Brandão filho de boas familias , homem instruido, foi dos poucos democratas que havia na Beira e que se revoltou contra o poder da Igreja e dos absolutistas de D. Miguel.
Foi um representante Pedrista e Liberal nas Beiras....e por isso perseguido pelos absolutistas.

Quando D. Pedro esteve no Poder....era bom. Quando D. Miguel subiu ao poder...era um malvado.
tal e qual o que se verifica hoje com os partidos.
Por isso chegou a lutar na clandestinidade desde a Serra da Estrela, ate à Ponte de Mucela e Foz de Arouce.
Refugiou-se por vezes nas casas do Conde de Foz de Arouce, em S. Pedro de Alva e na Ponte de Mucela.
Atraiçoado, foi feito preso vulgado e deportado para Angola.
Em Angola os nativos erigiram um monumento ao Deus Branco pelo humanismo com que conviveu com os nativos.
 
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