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sexta-feira, março 31, 2006

MILAGRE: O CHOQUE TECNOLÓGICO JÁ ESTÁ A FAZER EFEITO
Escreveu Fernando Pessoa, "Mar Português" desta maneira:

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.



Uma explicação poética da constituição salina do mar é ela ser devida aos padecimentos passados (e, por que não, presentes ...) dos portugueses nos seus trabalhos. As lágrimas portuguesas teriam salgado o mar.
O poeta fez um paralelismo correcto entre a salinidade das lágrimas e a concentração da água do mar uma vez que são ambos salgados.

Mas, qual a razão do Mar ser salgado, independentemente das lágrimas de Portugal ?

A água do mar tem salinidade média (CONCENTRAÇÃO DE SAL) de 35‰, isto é, há em média 35 g de sais dissolvidos em cada 1000 ml (1 litro) de água do mar.
O cloreto de sódio (NaCl) é o sal que existe em maior quantidade na água do mar.

Edmond Halley (o mesmo que descobriu o 1º cometa periódico) propôs, em 1715, que os sais e outros minerais presentes no mar foram transportados tendo origem no desgaste de rochas das zonas continentais sendo transportados dissolvidos nas águas dos rios, à semelhança do que acontece com outras matérias e partículas não dissolvidas transportadas em suspensão. Ao alcançar os oceanos os sais ficariam retidos e concentrados pelo processo de evaporação em consequência do ciclo hidrológico.
Halley chamou a este processo “intemperismo continental” e está correcto no que se refere às origens de alguns dos constituintes salinos da água do mar, mas não ao sal predominante (NaCl).

Rubey (1951) postulou que tanto a atmosfera como os oceanos procedem do interior da Terra, e formaram-se a partir de processos químicos originados nas rochas constituintes do planeta. Os oceanos foram crescendo em profundidade (não em superfície) ao longo das eras geológicas.
A água actual não procederia portanto da condensação da atmosfera, antes teria surgido da terra em virtude da actividade vulcânica, teoria que explica parcialmente o elevado teor de sais dissolvidos.
O cloreto terá resultado do escape de gases do interior da terra, na forma de ácido clorídrico, por vulcões e fontes hidrotermais; O sódio originou-se a partir dos fundos do oceano quando os oceanos se formaram.
O sódio e o cloreto combinaram-se formando o NaCl, constituinte mais abundante da água do mar.

A água do mar tem composição química quase constante nos últimos 200 milhões de anos, sendo que há cerca de 70 elementos dissolvidos na água do mar e seis desses elementos constituem mais de 90% dos sais dissolvidos e estão presentes na forma de iões:


A água do mar também contém pequenas quantidades de gases dissolvidos, principalmente azoto, oxigénio e dióxido de carbono.

(recebido via e-mail)


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