quarta-feira, setembro 21, 2005
RESOLUÇÃO ESTUPENDA
Na quarta-feira 27 de Junho de 1579 reúne-se a edilidade para resolver que os estudantes da Universidade não residissem nas casas da Calçada, nem nas da Praça. Com a intenção louvável de lhes impedir a cabulice, naturalmente mais fácil na baixa do que na alta? Está muito enganado quem tal cuidar. (…)
Pois não queria a Câmara que os rapazes morassem na Baixa pela peregrina razão de fazerem correr sério risco aos… homens casados.
(…) Quem nos diz (…) é o escrivão Pero Cabral da Costa, (…)
«Aos 27 dias do mes de junho de 79 anos nesta Camara onde estavam juntos Diogo Marmeleiro, vereador e juiz pela ordenação, os vereadores Aires Gonçalves de Macedo, Doutor Gonçalo Gil, vereador do corpo da Universidade, o procurador Gonçalo Ramos e João Fernandes dos vinte e quatro, se praticou que era grande inconveniente e prejuizo desta cidade e das mulheres casadas e devassidão das casas dos homens casados morarem estudantes nas Ruas da Calçada e Praça desta cidade e haver nelas pupilos e por ser isto tão notoriamente grande inconveniente, sempre se guardara esta ordem e assim se usava e guardava, por mandado dos Reitores da Universidade e se diz ser dadas sentenças no caso sobre isso: pelo que acordaram e mandaram que se desse conta do sobredito ao Snr D. Nuno, Reitor da Universidade, para que favorecesse este negócio, para o que elegerem o Doutor Gonçalo Gil, vereador do Corpo da Universidade e mandaram que se notificasse com penas aos moradores das ditas ruas, que não agasalhassem em suas casas pupilos, nem as alugassem a estudantes, com penas, de que se faria auto das taes notificações, de que mandaram fazer este que assinaram no livro.»
in BRITO, Alberto Moreira da Rocha (1944) Horas coimbrãs
Coimbra: Coimbra Editora. Págs. 68-69
Na quarta-feira 27 de Junho de 1579 reúne-se a edilidade para resolver que os estudantes da Universidade não residissem nas casas da Calçada, nem nas da Praça. Com a intenção louvável de lhes impedir a cabulice, naturalmente mais fácil na baixa do que na alta? Está muito enganado quem tal cuidar. (…)
Pois não queria a Câmara que os rapazes morassem na Baixa pela peregrina razão de fazerem correr sério risco aos… homens casados.
(…) Quem nos diz (…) é o escrivão Pero Cabral da Costa, (…)
«Aos 27 dias do mes de junho de 79 anos nesta Camara onde estavam juntos Diogo Marmeleiro, vereador e juiz pela ordenação, os vereadores Aires Gonçalves de Macedo, Doutor Gonçalo Gil, vereador do corpo da Universidade, o procurador Gonçalo Ramos e João Fernandes dos vinte e quatro, se praticou que era grande inconveniente e prejuizo desta cidade e das mulheres casadas e devassidão das casas dos homens casados morarem estudantes nas Ruas da Calçada e Praça desta cidade e haver nelas pupilos e por ser isto tão notoriamente grande inconveniente, sempre se guardara esta ordem e assim se usava e guardava, por mandado dos Reitores da Universidade e se diz ser dadas sentenças no caso sobre isso: pelo que acordaram e mandaram que se desse conta do sobredito ao Snr D. Nuno, Reitor da Universidade, para que favorecesse este negócio, para o que elegerem o Doutor Gonçalo Gil, vereador do Corpo da Universidade e mandaram que se notificasse com penas aos moradores das ditas ruas, que não agasalhassem em suas casas pupilos, nem as alugassem a estudantes, com penas, de que se faria auto das taes notificações, de que mandaram fazer este que assinaram no livro.»
in BRITO, Alberto Moreira da Rocha (1944) Horas coimbrãs
Coimbra: Coimbra Editora. Págs. 68-69
Já no século XII, Coimbra apresentava uma estrutura urbana característica de outras cidades portuguesas localizadas em sítios alcandorados: a cidade alta, intramuros, designada por Alta ou Almedina, onde viviam os aristocratas, os clérigos e mais tarde os estudantes, e os bairros ribeirinhos, do arrabalde, a Baixa buliçosa, com uma população ligada ao comércio, ao artesanato ou mesmo à industria e aos transportes.
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