sábado, abril 16, 2005
Definição de um Calouro
SONETO
É um Calouro um bruto tão esfoimado
De dente tão roaz, bôca tão boa,
Que não há pêta grande que não roa,
Nem ópio que não coma dum bocado;
É selvagem de bafo tão danado,
Que aonde quer que chega, tudo enjoa;
É macho que com pouco se encordoa,
E que mal se tempera encordoado;
É podão, que sem obra de ferreiro
Na rua muitas vezes tenho visto
Traçado, mas com fio mui grosseiro:
De todas as escórias é um misto:
É bolónio, é louraça, é boroeiro,
É um corno: e assentem todos nisto.
SONETO
É um Calouro um bruto tão esfoimado
De dente tão roaz, bôca tão boa,
Que não há pêta grande que não roa,
Nem ópio que não coma dum bocado;
É selvagem de bafo tão danado,
Que aonde quer que chega, tudo enjoa;
É macho que com pouco se encordoa,
E que mal se tempera encordoado;
É podão, que sem obra de ferreiro
Na rua muitas vezes tenho visto
Traçado, mas com fio mui grosseiro:
De todas as escórias é um misto:
É bolónio, é louraça, é boroeiro,
É um corno: e assentem todos nisto.
PALITO MÉTRICO E CORRELATIVO MACARRÓNEA LATINO-PORTUGUESA - Nova edição de harmonia com a quarta, de 1792…
Coimbra: Oficinas da Coimbra Editora. 1942, pág. 274.
Coimbra: Oficinas da Coimbra Editora. 1942, pág. 274.
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