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quarta-feira, março 16, 2005

Um copo de três especial e de corrida

Casimiro Silva tinha um copo especial guardado na tasca lá do bairro onde só ele podia beber o meio quartilho diário de um carrascão made in Cartaxo. E era especial porque apesar de ter sido fabricado num usual vidro grosso, translúcido, e estar algo riscado pelo anel de rubi do taberneiro, tinha a particularidade de ter pintado no fundo (do copo) uma Nossa Senhora e junto ao bordo um diabo.
Quando Casimiro pegava no copo dizia invariavelmente para o taberneiro:
- “Afoga-me esse diabo!” O que era o mote para que o copo fosse cheio até ás bordas.
Logo de seguida, mas antes de emborcar a vinhaça, o copofonico olhava para o tecto e como que dizendo uma prece murmurava:
- “Só quero ver Nossa Senhora…” E vira milho!

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