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terça-feira, março 15, 2005

Mano 13 és um doudo



296. – Demência, loucura, doudice, mania.

Todas estas palavras indicão maior ou menor alienação mental, porêm motivada ou manifestada por differente modo.
A demencia é a abolição total da faculdade de racicionar: é um estado de estupidez em que a intelligencia se esvaece, a phantasia se desordena, e a memoria se diminuee transtorna, presentando só idéas inconnexas e disparatadas, que o demente se obstina em olhar como muito razoaveis.
N´esta qualidade convém a demencia com a loucura; com a differença que aquella costuma nascer de frequeza e debilidade, e esta de excesso, de arrebatamento, de furor. Assim que, se costuma chamar loucura, em seus excessos ao enthusiasmo, ao estro, au furor poetico, a toda paixão exaltada, que arrebata até ao dilirio e a commeter acções culpaveis e desordenadas.
Nenhuma differença ha, segundo nos parece entre loucura e doudice, a não ser que esta palavra, por ser particular da lingua portugueza, é mais geralmente usad que aquella, que é commum á lingua castelhana (…). Diz-se hospital dos doudos, (…)
Ha manias pacificas e furiosas. As primeiras consistem em exquisitices, caprichos, teimas ridiculas sim, porêm socegadas, prazenteiras, e até obsequiosas; a ninguem prejudicão, excepto aos que as têem. As segundas consistem em extravagancias, transportes, desordens e affectos extremados. (…)


ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 206-207

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