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quarta-feira, novembro 24, 2004

Já no Séc. XIX a imprensa sofria de pressões…



NOTA 13.ª – Pag. 149

«A responsabilidade effectiva da imprensa periodica politica, deste ou instrumento de salvação, ou causa de ruina dos governos representativos, segundo estiver bem ou mal regida.» - (…) a imprensa não periodica deve ser livre de todas as pêas, e que a imprensa periodica, mantida religiosamente, deve ser com tudo regulada de modo que se lhe tolha fazer mal, sem que deixe de ser para a sociedade origem dos bens, que só ella póde trazer-lhe.
(…)
É fora de duvida que, desenfreada, a imprensa periodica póde causar os maiores males, porque desmoraliza os povos, acostumando-os a desconsiderar o que, desenfreada, a imprensa periodica póde causar os maiores males, porque desmoralisa os povos, acostumando-os a desconsiderar o que, no interesse da sociedade, convem que tratem sempre com reverencia e acatamento; e, privando a auctoridade da força moral, quasi que inutilisa, e de certo diminue em grande e perigosa maneira os meios de governar.
(…)
É impossivel que perdure, livre e bem ordenada, a sociedade, aonde á imprensa periodica-politica, ou em virtude de lei providente, ou pela auctoridade de costumes austeros, não for posto nenhum freio, nem limite.

in LACERDA, José de (1854) Da fórma dos governos com respeito à prosperidade dos povos e das cousas politicas em Portugal
Lisboa: Typ. de Silva, p.321-327



JOSÉ MARIA DE ALMEIDA [Vila Real, 1802 - Lisboa, 1877]

Em 1818 entrou para a Congregação do Oratório, tendo sido professor de Filosofia, História Universal, Retórica e Grego no Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa. Voltou ao século em 1826, passando a ser provido do benefício de tesoureiro-mor da Sé da Guarda. Ocupou, ao longo da vida, numerosos cargos e posições honoríficas, entre os quais se salientam: fidalgo da Casa Real, conselheiro de Sua Majestade, deão da Sé de Lisboa, reitor do Liceu Nacional de Lisboa, sócio efectivo da Academia Real das Ciências e deputado às Cortes. Lutador infatigável pela causa do liberalismo, sofreu por essa razão a prisão e o degredo. Regressado a Portugal, depois da vitória do marechal Saldanha, apresentou-se a D. Pedro IV, que lhe manifestou sempre grande apreço. Durante o período em que foi deputado usou sempre o seu voto para a defesa da liberdade, combatendo todas as formas de abuso e opressão, viessem elas donde viessem. Manifestou-se abertamente contra a "lei da rolha", publicando um folheto contra a tirania - Um Papel Político. Ontem, Hoje e Amanhã, 1842 - que suscitou viva polémica. Afastou-se então da vida política e, por incumbência do ministro da Marinha, José da Silva Mendes Leal -, dedicou-se a um trabalho de pesquisa histórica intitulado Exame das Viagens do Dr. Livingstone (1867), para responder às acusações feitas contra Portugal pelo famoso explorador. Colaborou em vários jornais e fez traduções de obras de Tácito (Vida de Gneu Júlio Agrícola, 1842, e Tratado da Situação, Costumes e Povos da Germânia, 1846), Cícero, Horácio. Na época da sua morte ocupava-se de dois importantes trabalhos: O Marquês de Pombal e os Jesuítas e África Oriental, Investigações.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990

http://www.iplb.pt/pls/diplb/!get_page?pageid=402&tpcontent=FA&idaut=1748082&tipo=&format=NP405 (acesso em 24 de Novembro de 2004)



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