quarta-feira, março 17, 2004
«Não era, entre nós, muito commum o gosto de viajar, mas vae-se generalisando.
(...) a maior parte das pessoas que se dão a viajar pelo estrangeiro, e nunca viram por ahi as nossas riquissimas terras, os nosos uberrimos campos, as nossas maravilhosas paisagens, preferem recrear-se e extasiar-se lá fóra, sem indagarem primeiro, nem se importarem com o que ha de bom em casa. Tão geral é a ideia de que não ha nada para vêr em Portugal, que muitas pessoas, por um erro digno de compaixão, se riem quando lhe affirmam que ha, e, ou não saem nunca da sua aldeia, ou saem da aldeia para França!
Esses taes envergonham-se, sem duvida, de que não os ouçam discorrer ácerca de que viram muito superficialmente em Paris ou em Genebra, mas não se envergonham de ouvir dizer de si que não conhecem do seu paiz senão a sua aldeia.»
in ARANHA, Brito (1875) Esboços e recordações
Lisboa: Typ. Universal. Pag. 53-54
(...) a maior parte das pessoas que se dão a viajar pelo estrangeiro, e nunca viram por ahi as nossas riquissimas terras, os nosos uberrimos campos, as nossas maravilhosas paisagens, preferem recrear-se e extasiar-se lá fóra, sem indagarem primeiro, nem se importarem com o que ha de bom em casa. Tão geral é a ideia de que não ha nada para vêr em Portugal, que muitas pessoas, por um erro digno de compaixão, se riem quando lhe affirmam que ha, e, ou não saem nunca da sua aldeia, ou saem da aldeia para França!
Esses taes envergonham-se, sem duvida, de que não os ouçam discorrer ácerca de que viram muito superficialmente em Paris ou em Genebra, mas não se envergonham de ouvir dizer de si que não conhecem do seu paiz senão a sua aldeia.»
in ARANHA, Brito (1875) Esboços e recordações
Lisboa: Typ. Universal. Pag. 53-54
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