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sábado, março 06, 2004

Música maestro

A família Metralha sempre gostou muito de música, tendo inclusivamente ficado marcado de forma indelével no ouvido olfactivo as soirées de harpa e dança ou como diziam os vizinhos “darpeidança”.
O Tio M.Etralhadora era mesmo considerado um melómano maligno devido a um cancro de pele que o atormentava, desde que apanhou uns escaldões valentes no Reino do Algarve quando trabalhava para o bronze.
Mas como eu dizia no princípio da posta, a veia artística da família, espraiava-se por vários e múltiplos instrumentos que passo a apresentar com o respectivo concertista:
- A prima Inocência era exímia tocadora de flauta lisa;
- A sua irmã Purificação era óptima a dedilhar no órgão sexual;
- O Mano 13 desde pequeno que tocava em campainhas de porta, sendo perito nas chamadas tocata com fuga;
- A mulher do Tio M.Etralhadora era divinal na voz, fruto das muitas discussões (o cantar à desgarrada) com o cônjuge;
- A avó Metralha tocava bombo selvaticamente não dando descanso a ninguém principalmente quando gritava “estiquem-me as peles!”;
- Eu era mais pratos e primas;
- Para já não falar de uma criada lá de casa, que o pai tirou da miséria e pôs a pedir, que era quem dava as lições de solfejo à canalhada do bairro.
Em suma, uma família que respirava música, K7 piratas, long player do Dino Meira (Zum Zum Zum Zum, pega no copo e bebe lá mais um), a interacção familiar era tanta que de manhã (lá para as três da tarde) o pessoal quando acordava dizia que tinha a língua a saber a papel de música.



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