sexta-feira, novembro 21, 2003
ATENTADO AO PATRIMÓNIO DE COIMBRA
Pois é, os irmãos Metralha também se preocupam com o património da cidade de Coimbra, irónico não é?
Vamos lá a ser solidários e interventivos.
Caros Colegas e Amigos
Solicitamos a vossa atenção para a destruição do património arqueológico que se verifica neste momento devido aos trabalhos de construção civil na antiga Garagem Avenida, sita na Av. Fernão Magalhães, em pleno centro histórico de Coimbra, os quais foram licenciados sem qualquer condicionante de natureza arqueológica.
O fabrico de cerâmica desempenhou um importantíssimo papel na economia da cidade de Coimbra, pelo menos entre os séculos XVI e XIX, tendo as suas produções, sobretudo as faianças, adquirindo uma relevante projecção nacional. Apesar deste destacado lugar na história da cerâmica portuguesa moderna, muito pouco se sabe ainda hoje sobre as características ou a evolução dos seus diferentes fabricos, dos seus repertórios de formas ou das suas decorações.
Sobejamente conhecida, e de há muito, é a localização do antigo bairro das olarias numa extensa área da Baixa de Coimbra, entre a Rua das Padeiras e o Terreiro da Erva, referenciando-se precisamente no local da mencionada obra da Garagem Avenida a existência de uma fábrica em funcionamento durante as 2 primeiras décadas do século XIX, quando era seu proprietário António de Oliveira Raimão. Os elementos que foi possível observar in situ, ameaçados de destruição pelas escavadoras, mostram, sob os níveis daquela fábrica do século XIX, a existência de oficinas de faiança dos séculos XVII e XVIII com extensas acumulações de peças rejeitadas em biscoito ou já pintadas e vidradas, associadas a estruturas.
O dramático significado da destruição em curso é reforçado pela irreparável perda da informação referente a pelo menos dez outras unidades de produção cerâmica documentadas no início do século XIX no vizinho quarteirão, que convencionalmente se denomina por "Bota-a-Baixo", as quais constituíam o elo final de uma sequência de fábricas e oficinas estabelecidas no mesmo local desde o século XVII. Na verdade, a informação de enorme interesse arqueológico que o subsolo continha após a demolição dos edifícios no início do século XX, perdeu-se irremediavelmente há pouco mais de cinco anos aquando da construção do actual parque de estacionamento, sem que para tal houvesse o devido acompanhamento por parte de uma equipa de arqueólogos.
E como uma desgraça nunca vem só, o projecto municipal de reordenamento do Terreiro da Erva anuncia a intenção de demolir o edifício da Fábrica da Sociedade de Cerâmica Antiga de Coimbra, a única unidade de produção cerâmica ainda sobrevivente, herdeira de uma actividade local, várias vezes centenária, que se preserva no seu interior como num verdadeiro Museu Vivo.
Compete-nos a todos mostrar às entidades responsáveis que a destruição de relevante Património Arqueológico, que é de todos nós, cidadãos, não pode mais ser tolerada, em pleno século XXI, sob pena de estarmos a empobrecer o futuro, o nosso e o dos que vierem depois de nós.
Envie esta mesma carta ou a suas preocupações, opiniões e comentários por telefone, carta, fax ou e-mail para as seguintes entidades:
Dr. Fernando Real
Director do Instituto Português de Arqueologia (IPA)
Av. da Índia, 136
1300 - 300 LISBOA
Telefone + 351 213 616 500
Fax + 351 213 616 559
E-mail ipa@ipa.min-cultura.pt
e
Dr. Carlos Encarnação
Presidente da Câmara Municipal de Coimbra
Praça 8 de Maio
3000 - 300 COIMBRA
Telefone + 351 239 857 500
Fax + 351 239 820 114
Linha Verde 800 20 21 26
E-mail geral@cm-coimbra.pt
Pois é, os irmãos Metralha também se preocupam com o património da cidade de Coimbra, irónico não é?
Vamos lá a ser solidários e interventivos.
Caros Colegas e Amigos
Solicitamos a vossa atenção para a destruição do património arqueológico que se verifica neste momento devido aos trabalhos de construção civil na antiga Garagem Avenida, sita na Av. Fernão Magalhães, em pleno centro histórico de Coimbra, os quais foram licenciados sem qualquer condicionante de natureza arqueológica.
O fabrico de cerâmica desempenhou um importantíssimo papel na economia da cidade de Coimbra, pelo menos entre os séculos XVI e XIX, tendo as suas produções, sobretudo as faianças, adquirindo uma relevante projecção nacional. Apesar deste destacado lugar na história da cerâmica portuguesa moderna, muito pouco se sabe ainda hoje sobre as características ou a evolução dos seus diferentes fabricos, dos seus repertórios de formas ou das suas decorações.
Sobejamente conhecida, e de há muito, é a localização do antigo bairro das olarias numa extensa área da Baixa de Coimbra, entre a Rua das Padeiras e o Terreiro da Erva, referenciando-se precisamente no local da mencionada obra da Garagem Avenida a existência de uma fábrica em funcionamento durante as 2 primeiras décadas do século XIX, quando era seu proprietário António de Oliveira Raimão. Os elementos que foi possível observar in situ, ameaçados de destruição pelas escavadoras, mostram, sob os níveis daquela fábrica do século XIX, a existência de oficinas de faiança dos séculos XVII e XVIII com extensas acumulações de peças rejeitadas em biscoito ou já pintadas e vidradas, associadas a estruturas.
O dramático significado da destruição em curso é reforçado pela irreparável perda da informação referente a pelo menos dez outras unidades de produção cerâmica documentadas no início do século XIX no vizinho quarteirão, que convencionalmente se denomina por "Bota-a-Baixo", as quais constituíam o elo final de uma sequência de fábricas e oficinas estabelecidas no mesmo local desde o século XVII. Na verdade, a informação de enorme interesse arqueológico que o subsolo continha após a demolição dos edifícios no início do século XX, perdeu-se irremediavelmente há pouco mais de cinco anos aquando da construção do actual parque de estacionamento, sem que para tal houvesse o devido acompanhamento por parte de uma equipa de arqueólogos.
E como uma desgraça nunca vem só, o projecto municipal de reordenamento do Terreiro da Erva anuncia a intenção de demolir o edifício da Fábrica da Sociedade de Cerâmica Antiga de Coimbra, a única unidade de produção cerâmica ainda sobrevivente, herdeira de uma actividade local, várias vezes centenária, que se preserva no seu interior como num verdadeiro Museu Vivo.
Compete-nos a todos mostrar às entidades responsáveis que a destruição de relevante Património Arqueológico, que é de todos nós, cidadãos, não pode mais ser tolerada, em pleno século XXI, sob pena de estarmos a empobrecer o futuro, o nosso e o dos que vierem depois de nós.
Envie esta mesma carta ou a suas preocupações, opiniões e comentários por telefone, carta, fax ou e-mail para as seguintes entidades:
Dr. Fernando Real
Director do Instituto Português de Arqueologia (IPA)
Av. da Índia, 136
1300 - 300 LISBOA
Telefone + 351 213 616 500
Fax + 351 213 616 559
E-mail ipa@ipa.min-cultura.pt
e
Dr. Carlos Encarnação
Presidente da Câmara Municipal de Coimbra
Praça 8 de Maio
3000 - 300 COIMBRA
Telefone + 351 239 857 500
Fax + 351 239 820 114
Linha Verde 800 20 21 26
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